VERSÕES, IMPORTAÇÕES, E UM CHINÊS, PARTE DOS PLANOS DA FORD.
Ford Territory. Protótipo para pesquisa. Foto: Divulgação |
Se você estiver no Salão Internacional do
Automóvel – S.Paulo, 8 a 18.novembro, e for convidado a votar numa pesquisa no
estande da Ford, exerça seu direito. Farei o mesmo. Se der resultado positivo,
serão grandes as chances de a empresa no Brasil importar – ou construir o
utilitário esportivo da foto acima, o Territory.
Olhando bem, não é um Ford,
mas projeto de seu sócio chinês JMC – Jiangling Motors. Entretanto as linhas e
proporções sugerem, para fazê-lo deram uma boa olhada no EcoSport II. O
automóvel traz inequívoca certeza: quando a Ford nadava de braçada nos
volumosos lucros deixados pelo Eco 1ª geração, deveria tê-lo crescido – pelo
menos para o mercado brasileiro. O Eco II foi projetado para ser carro mundial
e em mercado como o dos USA, onde Ford tem o Escape, um Eco maior em um palmo
na distância entre eixos. Houvesse aumentado seu porte, venderia melhor no
segmento.
É bem conformado, cuidado
externa e internamente. À venda na China como JMC, mas o exemplar apresentado à
imprensa brasileira numa prévia de sua presença no Salão, é protótipo da,
digamos, Fordização. Porta os códigos de estilo, a composição
entre grade e faróis frontais, e motor da marca, L3, tri cilíndrico 1,5
EcoBoost, a maneira besta da empresa chamar os turbos.
Se pesquisas e clínicas
vitoriarem, Territory em versão final poderá estar no mercado sul americano.
Importado ou instalado em algum espaço industrial, item sobrante na Ford, uma
empresa em estado de dúvida.
Recém declarou encerrar a
produção do Focus na Argentina, e tomará decisões sérias quanto à produção no
Brasil: ou desmobilizando a fábrica em São Bernardo do Campo, SP, a
remanescente e pioneira instalação industrial abrindo vocação e transformando o
município, encerrando a produção do caminhão Cargo e movendo o Fiesta para a
fábrica de Camaçari, Ba, agora com incentivos elevados até 2025.
Mais
Para dar uma espécie
de Sossega, Madalena – frear dúvidas, botar ordem no mercado –
quanto às dúvidas e o futuro de seus produtos, empresa repetiu a Chrysler ao
seu surgir, em 1924. Produto revolucionário a exibir, o Salão de Nova Iorque
negou-lhe espaço – ele ainda não tinha a marca. Daí, expôs no Commodore Hotel,
onde se hospedavam os banqueiros financiadores da operação automobilística e o
entorno do mercado. Viabilizou a companhia. No caso da Ford, a exposição pré
Salão ocorreu no Palácio dos Tangarás, hotel da moda em S Paulo. Festa cara:
serviço de recepção impecável, hotel da moda, jantar estrelado, exposição de
informações e produtos. Afastou as nuvens negras quanto ao futuro do Ranger,
garantindo duas novas versões, e atualização estética. Exibiu o Eco sem estepe
– usa pneus Michelin capazes de andar vazios -, opção, como a Coluna contou
aos 05.setembro. E levou um Ka sedã chamado guerreiro
urbano, urban warrior – onde estes fordistas tem a cabeça com
estes nomes distantes? Características? Decoração e maior altura do
solo. Terá, igualmente, outro utilitário esportivo, o Edge ST, agradável
canadense preferido por senhoras, de má lembrança por sua usuária mais famosa,
a cassada e não eleita Dilma Roussef.
Preço será definido a partir do interesse aferido no Salão Exibiu seu comportamento: não investir, daí
importar, combinar produtos com a Volkswagen e a indiana Mahindra, criar versões.
Carro novo, como disse o presidente Lylle Watters, somente se der lucro. Assim,
podendo, vote. O Territory será um refresco para fãs e revendedores da marca na
América do Sul. Os sete centímetros mais em distância entre eixos de 2,73m,
ante o Compass, rentável líder de mercado – palavras de música para a Ford,
podem torna-lo bem aceito.
Arrizo 5, um novo chilista
Arrizo 5, chinês paulista |
Algumas características importantes, como o motor L4, 1,5 turbo, flex,
150 cv, câmbio CVT simulando 7 velocidades e, imponentes 2,65m como distância
entre eixos – mesma do VW Virtus – medida de bom espaço interno. Contra o
produto, a ser vendido pós Salão do Automóvel, em novembro, torque de 19,5 mkgf,
inferior ao oferecido por outro famoso turbo, o TS1,4 TSI da Volkswagen, com
24,5; porta malas restrito, não combinando com a morfologia de sedã. São
reduzidos 430 litros de capacidade, igual ao do hatch Toyota
Prius.
Quanto a preços, o chinês fabricado em terra paulista,
está mais para os produtos locais, em versões RX e RTX, acreditando-se nesta,
superior, sua etiqueta marque R$ 80 mil. Mais paulista que chinês.
Quase no fim do prazo legal, a Medida Provisória 843/2018 foi aprovada pela Comissão Mista na Câmara dos Deputados. Dita regras para o setor automobilístico até 2030. É o multi citado Rota 2030.
Mais incentivos no Rota 2030
Quase no fim do prazo legal, a Medida Provisória 843/2018 foi aprovada pela Comissão Mista na Câmara dos Deputados. Dita regras para o setor automobilístico até 2030. É o multi citado Rota 2030.
Quase todo o combinado foi mantido, com exigências
de investimento em tecnologia voltada a consumo e emissões, e a regra de
abatimento de impostos sobre Imposto de Renda e Contribuição sobre Lucro
Líquido. Industriais queriam escapar de tal enquadramento, pois dela só
usufruem empresas com lucros.
Maior novidade, entretanto, foi a extensão dos
incentivos regionais até 31.dez.2025 – encerrar-se-iam em 2020. Proposta pelo
deputado Armando Monteiro, ex-presidente da CNI, como prorrogação dos
incentivos às empresas sediadas no Nordeste, acabou esticada até Goiás. Isto
veste perfeitamente FCA, Ford, CAOA, Mitsubishi.
Polêmica
Matéria há que ser votada até 16.nov por Câmara e
Senado para ter vigor a partir de 01.jan próximo ano, por um Congresso em fim
de mandato. Há curiosidades no reinventar o prêmio já concedido para implantar
indústrias em locais carentes de desenvolvimento – se os incentivos já
cumpriram sua missão, para que dobrar seu vigor ? Outra questão é, como fica
para os executivos de alguns fabricantes, condenados na Operação Zelotes, por
contratar o filho do presidentário
Lula como especialista, para obter as mesmas vantagens, agora concedidas com o
manto parlamentar ? Curiosidade idêntica, inexplicável, foi a inclusão dos
setores moveleiro, varejista de calçados e artigos de viagem na desoneração da
folha de pagamentos; assegurou aos triciclos e quadriciclos igualdade de
tratamento tributário igual ao ada motocicletas; e do Novo Refis incluindo
todas as empresas brasileiras. Fim de governo é para alarmar contribuintes.
Há dias, como a Coluna noticiou a seus bem informados leitores, argentinos fabricantes de veículos filiados à Adefa, a associação de classe, romperam a regra de sucessão e, em vez de passar a presidência à Toyota, deram um crossover e deram-na à Volkswagen.
Gentileza nipônica
Há dias, como a Coluna noticiou a seus bem informados leitores, argentinos fabricantes de veículos filiados à Adefa, a associação de classe, romperam a regra de sucessão e, em vez de passar a presidência à Toyota, deram um crossover e deram-na à Volkswagen.
Surpresa geral pelo procedimento e pelo fato de a
empresa japonesa não ter se manifestado. Mas cobrada por revendedores,
consumidores, e crê-se, instigada pelo governo argentino, pronunciou-se a
restritos públicos.
Toyota e seus colegas de turma discrepam em alguns
pontos. Ano passado todas, com o escudo corporativo da entidade, foram ao
governo pedir adiamento no uso do ESP, importante adjutório eletrônico para
aumentar segurança de usuários, reduzir perdas e danos. Um auto estabilizador
para veículos. Contra o bom senso, Governo dilatou o prazo, mas a Toyota
contrariou o decidido e avisou oficialmente estar fora da prorrogação,
incluindo-o em todos os seus produtos. E ao contrário dos outros fabricantes,
apesar de ser a operação industrial mais nova na Argentina, amplia produção,
turnos e postos de trabalho, mercados e volumes de exportação, além de não ir
lamuriar-se das condições do mercado na Casa Rosada – a sede do governo
argentino.
Sítio Autoblog recebeu o comunicado, aqui
reproduzido. É peça de gentileza nipônica, e não se pode lê-la sem vir à mente
a imagem de um Samurai tendo numa das mãos, o fute, pincel manejado
com delicadeza para transformar escrita em arte da caligrafia, e na outra,
a katana, a espada dos guerreiros, hábil ferramenta letal para
defender gentes, verdades, o país. É uma aula de relações públicas, tranquilo e
altaneiro como um porrete de ipê.
A nota
“Toyota tem uma filosofia
de fazer negócios diferente da maioria das automotrizes na Argentina. Por esta
razão entendemos que não somos os mais indicados para representar os interesses
de sua maioria. Manteremos nosso foco em nossa estratégia de longo prazo,
concentrada em: incremento da produção e regionalização de componentes; aumento
das exportações e busca de novos mercados; criação de mais e melhores empregos
de qualidade, oferecendo a melhor opção de produtos e serviços a nossos
clientes e consumidores, gerando valor econômico, social e ambiental para o
desenvolvimento sustentável do país ”.
Gás – Ford decidiu ampliar produção de seu modelo GT, superesportivo centrado em rendimento. Atividade quase artesanal, fará outras 1.350 unidades até 2022. Receberá pedidos a partir de 8 de novembro.
Roda-a-Roda
Gás – Ford decidiu ampliar produção de seu modelo GT, superesportivo centrado em rendimento. Atividade quase artesanal, fará outras 1.350 unidades até 2022. Receberá pedidos a partir de 8 de novembro.
Mais – É a terceira leva
do produto. A atual, de 1.000 GTs, iria até dezembro de 2020. Segundo empresa,
a demanda surpreendeu, tendo sido seis vezes maior.
Símbolo – O GT, re
recreation de modelo da companhia feito para acachapar a Ferrari nas
provas de longa duração, surgiu na crise de 2008. Era aviso de vida em meio a
período terrível. Agora, quando a empresa deixa de produzir automóveis, exceto
Mustang, e planta dúvidas mundiais sobre sua saúde e futuro, extensão na
produção do GT é institucional transfusão de sangue.
Atual – Modelo anterior
utilizava motor V8, 5.0 com turbo compressor. Novo, os recentes EcoBoost V6,
3,5 litros, bi turbo, carroceria em fibra de carbono, e convincente velocidade
final de 347 km/h. A fim? www.FordGT.
De volta – Versão Way do Uno,
boa ferramenta de trabalho com maior altura do solo, volta a ser vendido. Dois
motores da família FireFly: 1,0 e 1,3; portam o básico do respeito ao
consumidor tropical, ar condicionado, direção elétrica com sistema City –
deixa-o mais leve para manobras. R$ 47 mil e R$ 52.690.
Negócio –
Como anunciado Coluna passada, FCA vendeu poderosa divisão de autopeças,
a Magneti Marelli – no Brasil, dentre outras marcas, detinha a Cofap. 6,2B Euros. Comprador, o
fundo norte-americano de investimentos KKR através da Calsonic Kansei, japonesa
também gigante de peças.
Visão – A FCA parece estar aberta a negócios, depois de trocar o foco em
veículos pelo gosto em faturar. Empresa nunca fez tantos lucros como agora, em
especial no mercado dos USA. Lá, aliás, mês passado superou a Ford em vendas.
99? 101? – Ford
prepara comemorar 100 anos no Brasil em 2019. Conta não fecha. Se considerar o
início da montagem, serão 101 anos, começando na Bahia, em 1918 por particular
autorizado. Se o marco inicial foi operação da companhia com funcionários sob
seu controle, importação de partes e montagem, isto ocorreu em 1920. Aí serão
99.
Agora – A fim de automóvel O Km? É
a hora para comprar, pouco antes da mudança de modelia – carros há com mudanças
apenas sutis. Se importado, descontos podem ser maiores pois os veículos ora
vendidos foram comprados com dólar em valor inferior ao ora praticados, e
fabricantes querem se entesourar para novas encomendas.
Realidade - Do jornalista Emilio
Camanzi, 70, discutindo as transformações de mercado, produto, relações de
consumo com colegas igualmente classificados como pós-garotões: Carro
autônomo? Não dirigirei isto. E aos companheiros pensando na
desnecessidade de conduzir um veículo auto comandado, explicou: Não
vamos nos encontrar …
Ocasião – A
fim de um bom e original Landau? Comunhão Espírita de
Brasília recebeu em doação e quer vende-lo para fazer fundo a suas atividades
assistenciais. Placa Preta pelo Museu Nacional do Automóvel – inflexível no
cumprimento da lei. Está nos classificados do Maxicar, sítio especializado em
antigos, A fim?
https://www.maxicar.com.br/classificados/landau-1982-p6083
https://www.maxicar.com.br/classificados/landau-1982-p6083
Gente – Vinicius Romero, jornalista, carreira ascendente. OOOO
Era segundo lugar na assessoria de imprensa da Anfavea, é novo Charlinhos.
OOOO Aos do ramo indica seu novo CEP, no edifício da Audi, e a
função de número um da área no organograma. OOOO Apelido se refere
a Charles Marzanasco, assessor de imprensa da Audi desde o início de sua
operação no país, tendo-a deixado ao início do ano. OOOO Na Audi Christian
Marxten mantém-se gerente sênior na área. OOOO Recente fusão
de marketing e comunicação em única diretoria trouxe mais velocidade e
autonomia.
Leia> Coisas de Agora.
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 50 anos a coluna De Carro Por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.