LIMO PRESIDENCIAL: PUTIN E SUA AURUS SENAT.
O que é bom para os EUA, é bom para a Russia.
Frase, para arrepiar os pelos dos órfãos do
Comunismo, é verdade perceptível a quem pode ver e entender a nova limousine
construída para Vladimir Putin, presidente da Rússia. Fez presença no Encontro
de Superpotências na Finlândia, onde Putin e sua limo arrebataram atenções,
embaçando o Cadillac One – automóvel baseado em picape grande, desacorçoado em
proporções, desajeitado em detalhes, e conhecido mundialmente como A
Besta – e seu usuário, o presidente norte-americano Donald Trump. Além
de ser produto específico e exclusivo, o Senat terá missão idêntica à do
parceiro dos EUA: único transporte terrestre da autoridade russa. Onde Putin
for, seu carro o antecederá – como faz a Besta One e seu ocupante.
Desenvolvimento tomou seis anos pela empresa Auris,
sucessora da fábrica de limos da antiga marca soviética ZIL, é imponente em
seus 6,70m de comprimento, motorização Porsche V8, 4,4 litros, bi-turbo, 600 cv
de potência, acertada e aplicada pela fábrica alemã. Peso desanimador, dito
como 6 toneladas.
Equipamento indica blindagem espessa, capaz de
resistir a explosões por bomba, disparos de armas convencionais e químicas,
cabine hermética, dimensionada para manter-se fechada durante horas, com
abastecimento de oxigênio e, extremo do cuidado, como no veículo inspirador,
conta com depósito do sangue presidencial para emergências. Carros anteriores
de Putin eram ZIL e Mercedes-Benz 600 Pullman, o blindado mais seguro do mundo
em produção seriada.
Ford sairá do país ou encolherá ?
Desde o ano passado e em especial em 2018, são
recorrentes as informações quanto às decisões da Ford para o seu futuro na
América Latina. Em fevereiro Coluna obteve documentos
indicando definição de encolher a empresa. Causa está em cinco anos seguidos de
prejuízos, somando US$ 4,2B no período – a grosso modo perder diariamente R$ 10
milhões. E na situação da matriz, com largos investimentos em mudança de
tecnologias em seus produtos, sem margem para desviar recursos e suprir filiais
dando prejuízo.
Quarta
feira, 02, em seguida a reunião para anúncio do balanço da empresa, Bob Shanks,
diretor de finanças, utilizou linguagem florentina para projetar o futuro: “o
negócio na região não possui uma forte posição competitiva”; enfatizou “não
ter tido retorno apropriado e de um significativo redesenho no modelo de
negócio local, onde jogar e como vencer”.
Na prática repetiu as palavras do CEO Jim Hackett há meses.
A agência econômica Bloomberg divulgou fato e informações de a Ford ter
contatado FCA e Volkswagen sobre a possibilidade de venda.
Empresa não tem o que dizer; não apresenta dados;
projetos; carros novos ou investimento para o futuro, e isto ficou espelhado no
comunicado dirigido à preocupada rede de revendores. Não assinado pelo
presidente, mas por vice e diretor, diz ser incorreta a matéria, contestando-a
com a declaração, onde utiliza a ampla imprecisão do termo redesenho,
aplicado por Bob Shanks, para dizer da necessidade de rever a operação na
América Latina, até onde devem participar e como vencer neste mercado.
Na prática
A meu ver não há dúvidas: a Ford decidiu enxugar a
operação na América Latina. Nome pomposo, de prejuízos diários. Operações
fechadas na Venezuela; muito dinheiro a receber do ex-companheiro Maduro;
prejuízo nos dois países onde restam operações, Argentina e Brasil.
De muita conversa com fontes, gente especializada
em mercado, e medidas adotadas pela empresa, Coluna publicou
um resumo e projeções: na Argentina, não atualizar o Focus e o Ranger –
mudanças apenas as legais e cosméticas. Aqui, em 2019, encerrar a fabricação de
caminhões e do Fiesta na tradicional fábrica de São Bernardo do Campo, SP,
vendendo a grande área à especulação imobiliária; ter apenas um produto, o
Active, a ser feito sobre o recém apresentado Ka FreeStyle encerrando, também o
EcoSport; concentrando produção na unidade de Camaçari, Ba. Prazo desconhecido
pois há legislação de incentivos envolvida no processo, e a companhia faz lobby para
extensão das benesses. Para não deixar sangrar o caixa dos revendedores, promete
ampliar a importação de veículos.
À época, consultando o brasileiro mais qualificado na empresa, percebi
uma crise em comunicação social ao não receber respostas sólidas.
Mês passado, adensando os cortes, a Ford dispensou
quase todos os motoristas e analistas de comportamento de veículos em sua
pioneira pista de Tatuí, SP, mostrando falta de produtos em seu futuro.
Novamente questionada, empresa saiu-se com uma hipérbole pouco explicativa.
Aparentemente pouco há a negar.
O texto da Bloomberg mostrou, as definições estão
em curso, e a falta de convencimento na negativa da Ford adensa a teoria do
nada haver a ser dito.
Pessoalmente não creio na Companhia deixando Brasil
e América Latina. É enorme e promissor mercado. Considero a possibilidade do
encolher atividades, porém mantendo o pé na região, esperando a volta do ciclo
dos grandes lucros.
No tema, liguei para um dos meus aconselhadores
pessoais, homem prático, idoso, criador de bois no Goiás. Não entende de
firulas da linguagem, mas da vida. Contei o caso didaticamente, empreguei o
termo redesenho citado pelo executivo norte americano e
repetido pela Ford no Brasil. Ouviu, falou pausadamente, concluindo com a
objetividade do campo goiano: – Conversa para enganar mãe de moça. Este
povo vai vazar ou minguar. (RN)
Roda-a-Roda
PSA – Le Groupe, como ao Grupo PSA se referem
atualmente orgulhosos colaboradores de Peugeot, Citroën, DS e autopartes,
ofereceu resultados surpreendentes: faturamento de € 38,595B no primeiro
semestre de 2018; 40,1% superior ante primeiro semestre de 2017. Faturamento da
Divisão Automotiva cresceu 29,9%, com rentabilidade recorde de 8,5%.
Mais – Projetam crescer 4% na Europa; 2% na América Latina; 10% na
Russia e 2% na China; atingir margem operacional acima de 4,5% entre 2016 e
2018, e ultrapassar 6% até 2021.
Tá maus – No Brasil o grupo precisa se re
inventar. Perdeu o líder Carlos Gomes, transferido para os negócios da China;
dividiu o país em dois, com poucas vendas do Sul até Brasília, e quase nulas
acima da Capital; vendeu mês passado circa 3.000 unidades das
marcas Peugeot e Citroën. Na Argentina estão pouco melhor.
E? – Volume é inexplicável a quem tem operação completa no Brasil, incluindo
fundição de motores e, pior, não garante saúde financeira ou interesse da rede
de revendedores. Internamente empresa continua o corte dos postos de trabalho.
Produto – Para aumentar opções a compradores e
trabalho com a rede revendedora, marca apresenta versão 2019 de seu utilitário
Partner. Vindo da Argentina utiliza motor nacional, L4, 1,6 litro de cilindrada
e 122 cv. Diz ser mais potente e econômico.
Mimos – Projeto antigo, teve mudado painel de instrumentos, agora
digital, computador de bordo e indicador para troca de marchas e maior
economia. No operacional transporta 800 kg; tem plataforma lisa para melhor
manuseio da carga; conta com porta lateral.
Mais uma – Nissan iniciou produzir o picape Frontier na Argentina. Leitores
da Coluna sabem como furo mundial, da criação de um espaço
dentro da fábrica Renault em Santa Isabel, Córdoba, para a operação e métodos
Nissan fazendo mesmo produto para ser vendido com sua marca, Renault e
Mercedes.
Junto – Vendas Nissan iniciar-se-ão no trimestre
final; Renault Alaskan ao fim do ano; Mercedes Classe X em 2019. Duas primeiras
idênticas, e Mercedes com mudanças para torná-lo mais automobilístico e menos
camional, por bitolas aumentadas, melhor trato termo acústico, ajuste entre
partes – trocou, até, o trambulador da caixa de marchas para operação mais
confortável. Motor Nissan, diesel, L4, 2,3. Mercedes terão opção superior V6.
Negócio – Há alguns anos expertos automobilísticos
definiram-se pela Argentina como base de produção de picapes e SUVs delas
derivados, para servir ao mercado latino americano. Lá produzem Toyota HiLux;
Ford Ranger; VW Amarok, e agora Nissan/Renault/Mercedes. No Brasil Chevrolet e
Mitsubishi.
Mercado – Capacidade de produção será de 70 mil unidades/ano. Destas
mercado doméstico consumirá metade. Brasil será o maior cliente.
Auditoria – Não informado pela Nissan, produção dos Mercedes
já começou. Para auditar produtos, primeiras unidades estão sendo enviadas à
matriz alemã. Na Argentina, informou terá auditoria ao fim da linha de
montagem para garantir a qualidade de partes e mão de obra. Alemães
fiscalizando argentinos e japoneses na casa alheia ….
Nissan não informou, mas produção do Classe X já começou. É o segundo na linha de montagem. Foto: Autoblog.com.ar) |
ONU – Para entender: Carro japones desenvolvido no México,
fabricado na Argentina por fábrica francesa, e servindo a cliente alemão ? E
como as Aliadas Nissan e Renault venderão o mesmo produto?
Perigo – LatinNCAP, organismo latino americano para segurança veicular,
submeteu a testes de avaliação o Nissan March feito no Brasil. Resultado
decepcionante: num teto de cinco estrelas, recebeu uma para incolumidade do
motorista, e duas para proteção de crianças no banco traseiro. Laudo do
instituto rotula a estrutura da carroceria como instável.
Falhas – Na relação de inconsistências, o LatinNCAP apontou falta de
aviso para utilizar o cinto de segurança; de ancoragem ISOFIX para as cadeiras
infantis; proteção limitada pelo emprego de sistema SRI para proteção infantil.
Uma olhada às falhas sugerem economia na construção em detrimento da segurança
dos passageiros.
Regra – Governos deveriam acompanhar os testes, auditar resultados,
tornar obrigatório oferecimento de segurança aos usuários. Afinal, sem
cinismo, o Secretário da Receita Federal deveria entrar neste circuito para
garantir a incolumidade de quem pagou muitos impostos sobre um veículo, e este
não garante sua sobrevivência ou a de seus herdeiros, para a compra do próximo…
Tempo passa – Fábrica GM em Gravataí, RS, comemorou 18
anos de atividade e produção de 3,5 M veículos. Primeira unidade de automóveis
das marcas filiadas à GM instalar-se fora de SP, é hoje sua maior operação.
ÁGUIA – Das maiores operadoras de ônibus rodoviários no país, a
espitirossantense Águia Branca deu passo de relevo tecnológico: ao comprar
novos 50 ônibus – dentre os 105 a ser adquiridos como renovação de frota neste
ano -, duas unidades portarão sistemas de tecnologia de ponta.
Novidades – Foram anunciadas pela Mercedes-Benz no Lat.Bus &
Transpúblico, maior evento do setor na América Latina, e ora em realização em S
Paulo. Equipamentos são o ACC – Active Cruise Control -,
piloto automático adaptativo, AEBS, -Advanced Emergency Braking System -,
sistema de frenagem de emergência, e o LDWS, - Lane Departure Warning
System – de aviso de mudança não sinalizada de faixa. Junto foi o
pacote de Fuel Efficiency, para redução de consumo e manutenção, já
em uso pela Águia.
Negócio – A fim de comprar veículo usado, de
bom preço e procedência garantida? O Festival VIP Direto terá leilão
presencial e por internet dia 18, com inscrições já abertas. Menor oferta é Gol
2portas 2005 com lance de R$ 4.000. No outro extremo, picape Toyota HiLux 2015,
R$ 50.000. Mais, (41) 3197- 0597 e www.vipdireto.com
NGK, 59 – Corajosa, seguindo os passos do cliente Toyota, a fábrica de
sistemas de ignição NGK há 59 anos abriu, em Mogi das Cruzes, beiradas de S
Paulo, sua primeira fábrica fora do Japão. A localização bem mostrava a falta
de conhecimento com o país, valendo para tanto curioso dado: o grande número de
japoneses na cidade, pequena, nitidamente agrícola. Empresa hoje é das maiores
na especialidade, com forte presença no mercado local e exportações de velas e
seus cabos à América Latina
Mudança – NAIAS, o conhecido Salão de Detroit, mudará
no nome e feição. Em lugar do janeiro gelado e lúgubre em Michigan, o sol do
verão. Mudança contorna outros pontos, como vôos de menor preço, pois fora da
temporada festiva, test-drives.
Gente – Sergio Duarte, jornalista, 70,
passou. OOOO
Ônibus Mercedes a caminho na segurança e autonomia
Equipamentos de segurança migraram para os ônibus Mercedes |
Ato de coragem, a Mercedes-Benz deu um salto
tecnológico, agregando aos ônibus rodoviários da linha O 500 RS e RSD 14 itens
de segurança, com vistas a reduzir os riscos de acidente. De maior expressão, o
piloto automático adaptativo, capaz de acelerar e frear independentemente do
controle do motorista, mantendo distância segura com relação ao veículo
precedente.
É sistema chegado aos carros de luxo e agora
aplicado ao transporte rodoviário. Segundo a empresa, é importante passo em
direção ao ônibus autônomo. O sistema tem sensores na dianteira percebendo, a
partir de 200m, a presença de veículos á frente, reduzindo a velocidade e, se
for o caso por proximidade, inicia frear o coletivo. É extremamente útil em
países como os da América Latina, com longas retas e descidas, avultando em
utilidade se em caso de chuva ou visibilidade reduzida. O ACC acelera e freia
automaticamente para evitar impactos, e se desliga a velocidades inferiores a
15 km/h, mantendo o comando com o motorista. O pacote montado pela Mercedes e
aplicado aos ônibus O500 reúne 14 itens tecnológicos de segurança. Walter
Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus na Mercedes entende, a aplicação
do ACC nos ônibus aumenta o nível de segurança nas estradas, com efeitos sobre
motoristas, passageiros, usuários das vias. Para ele, o equipamento supera um
piloto automático convencional, limitado a manter velocidade pré selecionada.
A agregação do ACC é passo na direção do ônibus
autônomo. Seu principal modelo de vanguarda tecnológica, o Future Bus
Mercedes-Benz já o emprega na Europa. Sua aplicação é para médias e longas
distâncias. No caso, o pacote incluindo o ACC tem14 itens de segurança,
conjugando sistema de frenagem de emergência; aviso de mudança de faixa sem
sinal; monitoramento da pressão dos pneus; Retarder, auxiliar de frenagem;
Top-Brake, freio-motor auxiliar; suspensão com anti-tombamento; controle de
tração; suspensão pneumática controlada eletronicamente; controle eletrônico de
estabilidade; eixo direcional, freios a disco.
Aduz o executivo, a família O 500 é a mais moderna
e avançada, desenvolvida no conceito modular, permitindo receber todos os tipos
de carroceria imaginada pelos clientes.
Leia> Coisas de Agora.
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 50 anos a coluna De Carro Por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
Leia> Coisas de Agora.