BEM ACERTADO, O TOYOTA YARIS
Toyota inicia vender seu novo
lançamento, o Yaris, situado entre o finalmente estabilizado Etios e o sempre
bem sucedido Corolla. Pode parecer curioso, em tempos de utilitários esportivos
e que-tais, segunda maior fabricante do mundo se fixe em automóveis, como
o hatch ora apresentado, e o sedã, a ser vendido em julho. Mas
é questão simples: maioria das vendas nos segmentos A e B é de automóveis. E o
Yaris, o mais simples a fazer, a empregar modificada plataforma do Etios sedã,
e sua mecânica com motores 1,3 e 1,5 litro, 101 e 110 cv de potência,
transmissões mecânica de 6 marchas e CVT com virtuais sete.
Regulagem fina
Fazer carro bom e bem equipado, é fácil: basta não inibir o responsável
pela definição do produto, o sujeito para escolher a espessura do tapete, a
qualidade da pintura, e outros componentes. No Yaris avulta a competência do
autor: seu conteúdo o transforma em categoria superior relativamente aos
concorrentes. Design à parte, o pacote, seu preço e
posicionamento mercadológico são trabalho de mestre. Outro item surpreendente é
o acerto de suspensões, direção e freios. Acerto fino – parece coisa do Robson
Cotta, o hiper ultra engenheiro da Fiat. Quem o dirigir, vistos conteúdo
relativamente à concorrência, diferencial como teto solar, a excelente
insonorização, saberá tê-lo incluído na relação de preferências entre VW Polo,
Virtus e Fiat Argo, Cronos, que não são os mais vendidos, mas os de maior
atratividade no segmento. Poderia melhorar caso aplicasse saídas de ar
condicionado para o banco traseiro, ou se o porta malas abrisse por
amortecedores em vez de primários arcos metálicos.
Lição
Toyota registra marca própria em
processos de qualidade, montagem, materiais, e o Yaris é novo exemplo. As
folgas entre as peças do motor são anunciadas como inferiores ao mecanismo de
um relógio suíço – ou quatro vezes menores ante as medidas em motores dos
concorrentes. Esta conquista, responsável por menor consumo e maior
durabilidade, permeará a produtos de outras marcas, induzindo melhorar padrão
construtivo. Dado prático com a preocupação por qualidade, à apresentação do
Yaris o jornalista Antônio Fraga, presidente da Abiauto, a associação dos
jornalistas especializados, achou incoerente a pouca espessura e a falta de
fixação do tapete do porta malas dos hatch. Vi e chamei o
Miguel Fonseca, vice presidente para América Latina. Ouviu a ponderação,
convocou um engenheiro e encerrou a queixa, determinando incluir como
equipamento de série o tapete melhorado oferecido como opcional.
Mercado
Preços foram ajeitados dentro da
larga margem obtida pela empresa e fazendo composições de equipamentos. As
versões mais caras do Etios desapareceram para não se atritar com as inferiores
do Yaris e, caso inverso, as deste, em patamar superior foram definidas
antes de abrasões com os valores do Corolla de entrada. Para hatchesleque
abre em R$ 60 mil na versão 1,3 mecânica, e vão aos R$ 77.590 para 1,5 CVT
equipado. Nos sedãs, de R$ 64 mil a 80 mil.
Empresa projeta vender 6.000 unidades
mensais, com 55% em hatches. Transmissão automática deverá
representar 95% das vendas.
Um novo autódromo para o Rio
Projeto do novo autódromo carioca |
Prefeitura carioca recebeu projeto
para o novo autódromo da cidade. Nada a ver com o circuito por ela depauperado,
mas nova área de antigo campo de exercícios de tiro do Exército, no subúrbio de
Deodoro. Terreno doado, limpo de peças de artilharia e restos de explosivos.
Desenho pelo especializado arquiteto
alemão Hermann Tilke para aprovação nível 1 FIA, permitindo provas de Fórmula
1, e do Moto GP, pista tem 5,3 km de extensão e, novidade, é para captar
investidores para os previstos R$ 850M, sem verba pública. Cálculo dos alemães,
obra para 16 meses de trabalho. Formidável alavanca turística, desprezada e
perdida pelas administrações estaduais a partir do governo Brizola, depende de
providências administrativas e legais da Prefeitura para captar interessados em
construir e gerir o circuito.
História antiga, êxito improvável
O Rio já teve uma das pistas de
corridas de automóveis mais charmosas do mundo, uma espécie de Mônaco subequatorial.
Era o Circuito da Gávea, dito Trampolim do Diabo. Mesclava Leblon, Gávea, morro
da Rocinha, Av. Niemeyer. O sólido envolvimento da cidade permitiu planejar um
autódromo no subúrbio de Adrianópolis, pioneiro mix de casas de final de semana
e pista de corridas. Firmou-se como loteamento, e a pista desapareceu. Depois,
metade da década de ’60, criou-se o autódromo da Barra, também loteado, e nova
pista doada pela empreendedora Caledônia com finalidade explícita. Foi o
Autódromo de Jacarepaguá. Irresponsabilidade de prefeitos e governadores
cariocas, ausência de autoridades do automobilismo esportivo, clubes,
federação, Confederação, permitiram ser retalhado, inviabilizado, para dar
lugar a obras superfaturadas, e construções hoje ociosas.
O autódromo de Deodoro, planejado
para não utilizar verbas públicas – exceto a área doada pelo Exército -, é nova
tentativa numa cidade de políticos corruptos, milícias, desorganização social,
tudo contrário à ausência de dinheiro público. (RN)
O ditador Kim Jong-un e seu Mercedes-privada
Você leu certo. Não é Mercedes
privado. Ditadores tem traços peculiares, e seu comportar e excentricidades,
frutos da incontida liberdade pessoal, geram notícias. O gordinho deselegante,
mandão da Coreia do Norte, é destes. Atual ídolo pop por seu encontro de
vantagens sobre Donald Trump, um de seus recentes diferenciais de
comportamento, é a conformação de seu automóvel: Mercedes-Benz Classe S – o
sedã superior -, blindado, apto a resistir a sérios impactos balísticos,
explosões e incêndios. Carro de mandatário. Entretanto porta equipamento único,
tão insólito quanto seu eventual usuário: um vaso sanitário, elegante penico
móvil, privada, relata o jornal norte-americano Washington Post.
Mercedes-Benz, consultada pela Coluna,
informou desconhecer o produto e seu especial equipamento, pois atendendo a
determinações da ONU, há mais de 15 anos nada vende à Coréia do Norte. Deve ter
sido adquirido por triangulação, e o fabricante garante não ter incluído tal
equipamento em nenhum de seus S blindados. O jornal ouviu Lee Yun-keol, um
ex-segurança do ditador, confirmando a informação, explicando, citado adjutório
é exigência de seu esquema de segurança pessoal, pois em caso de necessidade de
uso durante deslocamento, permite recolher os excrementos ditatoriais,
impedindo caiam em mãos de espiões teoricamente interessados em analisá-los
para descobrir o estado de saúde do líder...
(Cinquenta anos de Coluna, e nunca
imaginei nela tratar de cocô. Daí pedir ao leitor releve a escatologia, mas
insólito Mercedes com privada é notícia. RN)
Roda-a-Roda
Início – BMW iniciou
montar o SAV X3 M40i em sua fábrica catarinense de Araquari. É uma das bandeiras
de tecnologia da marca, com montagem paralela do sedã e aos outros SAV X1, X3,
e X4, além do sedã Serie 3.
Futuro – Gleide
Souza, diretora de Assuntos Governamentais da BMW, é outra a torcer pela
assinatura do projeto Rota 2030, definindo marcos para o futuro e compensação
de investimentos por impostos.
Rumo – Indústria e
importadores estão sem balizamento para o futuro. E governo não está a
fim de novos incentivos para o setor. Diálogo foi perdido no meio do caminho e
parece difícil de ser reatado neste período final de governo.
Spin – Após
superficial trato em Ônix e Prisma, Chevrolet estendeu-o no Spin. Mudança
da harmonia frontal, retoques internos, pontos de ancoragem para cadeirinhas.
Derradeiro retoque no produto – toda a família será substituída. No mercado em
agosto.
De novo – Nissan registrou o
nome Terra no INPI, Instituto Nacional de Propriedade Industrial. É a versão
para passageiros construída sobre o picape Frontier, hoje montado na Argentina.
Produto já existiu no Brasil, em trêfega passagem no mercado.
Caminho – Como o
picape Frontier argentino é hoje vendido como Nissan e Renault, e ano próximo o
será como Mercedes Classe X, parece crível imaginar concorrentes para o SW4,
versão Toyota sobre o picape HiLux.
Mercado – Em maio produção e
vendas de veículos caíram 10% ante números de abril: greve do transporte
impediu chegada de peças, saída de veículos. Perfil da atividade deve repetir
voos de galinha: muito esforço, pouco resultado.
... 2 - Período bom
a compradores pois a opção será criar pontes para os O Km entre pátios dos
revendedores e garagem dos interessados.
Preços - Desvalorização do
Real, forçará aumentar preços dos veículos novos: boa parte dos eletrônicos é
importada. E há casos onde tudo provém do exterior, fazendo localmente primário
processo de montagem. Nestes casos, índices de nacionalização dos tempos de
Getúlio Vargas... !
Paralelo – Britânica Mini, dos
carrinhos charmosos, amplia leque de negócios. Iniciou vender bicicletas.
Quadro em alumínio, câmbio de oito velocidades, selim e empunhadura em couro,
11 kg, dobrável. E cara: R$ 5.907,00.
Crítica – Newsletter inglesa
CarBuyer, focada no consumidor, testou o Ford EcoSport e carimbou: pequeno para
uso familiar, e com consumo elevado.
Racionalidade – Contran,
Conselho Nacional de Trânsito, mudou medidas para os caminhões aplicados em
transporte de veículos ou cargas paletizadas. Resolução 735 permite comprimento
total de 23m, altura de 4,95m. Com a medida, poderão ser utilizados caminhões
tratores 6x4 - com dois eixos traseiros.
Segurança – LatiNCAP,
entidade testadora de segurança em veículos importados ou produzidos nos
mercados da América Latina e Caribe, em sua última rodada de testes, deplorou
deficiências de Renaults Sandero e Logan.
Reparo - Pelos
testes de impacto, conseguiram apenas uma estrela – numa tabela de 5 - para
proteção do motorista; não oferece cinto de três pontos para todos os
passageiros, nem fixadores ISOFIX para cadeirinhas. Ante a divulgação Renault
informou ao LatiNCAP melhorará o rendimento de segurança.
Governo – Queixa do
Instituto, governos deveriam utilizar os resultados dos testes para balizar
exigências nos veículos novos. Lobby dos fabricantes é forte,
e demora em tornar obrigatório o ESP, sistema de estabilidade, é bom exemplo.
Gente – Maurício
Sartori, brasileiro, administrador com boa base acadêmica e experiência
internacional, mudança. OOOO Deixou direção da Honeywell Homes and
Technology para ser presidente da Gilbarco Veeder-Root. OOOO Objetivo,
otimizar as forças e equipes sul americanas. OOOO Empresa é maior
do mundo em tecnologia de bombas de combustíveis, medição e monitoramento de
tanques em postos de serviço. OOOO Ricardo
Carreira, engenheiro, progressão: novo Diretor de Vendas da Fiat Chrysler
Automobiles. OOOO Quer retomar a liderança perdida, mas sugere
firula aritmética, como somar vendas de Fiat e Jeep. OOOO Na
prática espere propostas fenícias de facilidades para comprar os carros da
marca. OOOO
Fiat reforça ação em Mobi e Uno
Aproveitando conhecimento e aceitação entre
compactos e sub compactos, Fiat reformulou conteúdo e versões para incrementar
vendas, focando redistribuição de itens e acessórios para melhor atender ao
perfil do usuário, como por exemplo ter o ar condicionado como equipamento, sem
estar agregado a outros, e incrementar preços. É o chamado reposicionamento.
No Mobi, nova versão Easy Comfort, e a base da
tabela com versões Attractive 1,0, de entrada, e Drive 1,0.
Uno, reposicionamento se inicia com a versão
Attractive 1,0, numeral identificando o motor Fire 1,0 8V Flex, equipado com ar
condicionado, direção hidráulica, acelerador eletrônico Drive by Wire, ESS –
sinalizador de frenagem de emergência, freios ABS com EBD, e cuidados de
decoração.
Versão superior Drive 1.0 é nível superior de
tecnologia, marcando-se pelo motor de três cilindros, 6 válvulas, direção
elétrica com função City – para manobras. Há três pacotes de opcionais,
incluindo detalhes como os espelhos retrovisores externos com Tilt Down, vidros
elétricos anti esmagamento, e outros cuidados com os usuários. O kit Connect
Plus foca o conforto eletrônico, como a chave canivete com telecomando, alarme,
rádio integrado ao painel, volante com comandos de rádio, e o sistema Fiat Live
On de entretenimento a bordo.
Leia> Coisas de Agora.
Quanto
Produto
|
Preço R$
|
Mobi Easy
1.0
|
31.990
|
Mobi Easy
Comfort 1.0
|
34.990
|
Mobi Like
1.0
|
37.990
|
Mobi Way 1.0
|
39.990
|
Mobi Drive 1.0
|
43.590
|
Mobi Drive GSR 1.0
|
46.990
|
Uno Attractive 1. 0
|
39.990
|
Uno Drive 1.0
|
42.990
|
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 50 anos a coluna De Carro Por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
Leia> Coisas de Agora.