sexta-feira, 27 de junho de 2025

TRANSPORTES SANTA MARIA FRISA QUE FROTA NOVA, TECNOLOGIA E TREINAMENTO EVITAM ACIDENTES RODOVIÁRIOS

Com idade média de apenas três anos, frota da empresa contrasta com o cenário apontado pelo Anuário Estatístico TRIIP 2024 da ANTT

Enquanto o setor de transportes rodoviários de passageiros lida com os impactos da frota envelhecida e da manutenção precária, principais causas de acidentes nas estradas, segundo a Polícia Rodoviária Federal, a Santa Maria, que opera linhas regulares de ônibus entre grandes cidades e atua no fretamento, adota um caminho oposto. Mantém idade média de frota em três anos, resultado de uma política consistente de renovação e de um modelo de gestão voltado à segurança operacional.

De acordo com o recém-lançado Anuário Estatístico TRIIP 2024, publicado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), apenas 44% dos veículos do serviço regular rodoviário têm até cinco anos, enquanto outros 31% têm entre seis e 10 anos, o que indica que mais de 25% da frota do País ultrapassa os 10 anos de uso, chegando perto do limite máximo de 15 anos permitido pela regulação. No fretamento não há limite de idade para os ônibus, mas, apesar disso, a Transportes Santa Maria também renova regularmente a frota de veículos utilizada nesse segmento específico.

“A defasagem de idade dos ônibus impacta diretamente a segurança dos passageiros”, afirma Gabriel Nunes, diretor da Santa Maria. “Por isso, decidimos atuar além das exigências legais. Renovamos 30% da nossa frota por ano, comprando à vista e revendendo com valor agregado, o que nos dá sustentabilidade e garantia de qualidade”, explica.

Gestão preventiva e tecnologia para salvar vidas

A estratégia da Santa Maria não se restringe à compra de novos veículos. Adotou, também, um rigoroso programa de manutenção preventiva, com protocolos que antecedem cada viagem e infraestrutura de apoio com oficinas e ônibus de reserva. “Não liberamos nenhum para viajar sem inspeção completa”, garante Nunes. 

Além disso, a empresa investe fortemente em tecnologia embarcada, como o ADAS (Advanced Driver Assistance Systems). Este sistema usa sensores e câmeras para alertar os motoristas sobre riscos iminentes. Há, ainda, a telemetria ativa, que permite o monitoramento em tempo real do desempenho dos veículos. A capacitação constante dos profissionais completa o ciclo. Motoristas e técnicos passam por treinamentos periódicos sobre segurança e operação eficiente, reforçando a cultura preventiva.

“Estamos falando de um setor que transporta mais de 40 milhões de passageiros por ano apenas nas rotas interestaduais regulares, segundo o novo anuário. A responsabilidade com a segurança precisa ser proporcional à escala da operação”, pondera o diretor da Santa Maria.

Para Nunes, os dados do anuário oficial da ANTT revelam a necessidade de um novo padrão de exigência para o setor. “Não dá mais para tratar manutenção como custo. Ela é investimento em vida, em confiança e em reputação. O poder público precisa olhar para boas práticas e incentivá-las”, enfatiza.

Setor transportou mais de 100 milhões de passageiros

O Anuário Estatístico do Transporte Rodoviário Interestadual e Internacional de Passageiros (TRIIP) 2024 revela o retrato atualizado do setor, que transportou mais de 100 milhões de passageiros no ano passado em suas três modalidades: regular, fretamento e semiurbano. Desse total, mais de 40 milhões de passageiros foram transportados pelo serviço regular interestadual, que oferece linhas fixas e operação contínua entre estados.

Com relação à frota, o levantamento identificou 33.047 veículos habilitados em 2024, um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior. No serviço regular, 75% dos veículos têm até 10 anos de idade, sendo 44% com até cinco anos. No entanto, ainda há uma parcela relevante da frota com idade entre 11 e 15 anos, o que gera preocupação sobre a manutenção e o risco de falhas mecânicas, frequentemente associadas a acidentes.

O setor conta com mais de 88 mil motoristas habilitados e 359 empresas habilitadas para o serviço regular, das quais apenas 186 estavam efetivamente autorizadas a operar no ano. Outro dado relevante é que, em 2024, foram registradas cerca de duas mil linhas interestaduais regulares ativas, uma redução em relação aos anos anteriores, decorrente da reestruturação promovida pelo novo marco regulatório. Em 2024, entrou em vigor a Resolução 6.033/2023, que reformulou completamente o transporte rodoviário interestadual de passageiros. A nova norma substituiu regras antigas e introduziu avanços importantes em áreas como ampliação da concorrência, inclusão social, qualidade dos serviços, transparência e segurança jurídica.

O anuário também mostra que o número de viagens realizadas pelo serviço regular ultrapassou 1,6 milhão em 2024, com picos concentrados às sextas-feiras, especialmente nos meses de férias escolares. A movimentação diária média ultrapassou 125 mil passageiros, e a maior parte das viagens teve duração entre quatro e 16 horas. No fretamento, o setor transportou mais de 13 milhões de passageiros, com destaque para viagens a trabalho e turismo, especialmente em fins de semana.

Outro dado de interesse é a concessão de mais de 2,5 milhões de gratuidades, sendo 1,3 milhão destinadas a idosos, além de benefícios a crianças e jovens de baixa renda. No semiurbano, a demanda superou 51 milhões de passageiros no ano, com forte concentração na região do Distrito Federal e entorno de Goiás.

O setor gerou um faturamento estimado de R$ 6,6 bilhões em 2024 no segmento regular, com uma tarifa média que variou conforme a distância e o nível de conforto do serviço prestado. A eficiência dos serviços, medida pelo Índice de Aproveitamento de Passageiros (IAP), foi de 59,7%, ligeiramente superior ao ano anterior.

O perfil da frota habilitada mostrou que em 2024 aproximadamente 58,1% dos veículos no serviço fretado tinham idade máxima de 10 anos. Desse percentual, 32% da frota tinha até cinco anos de idade e 26% entre seis e 10 anos. No serviço de fretamento, não há restrição da idade do ônibus, mas os micro-ônibus devem ter idade máxima de 15 anos.

No serviço regular rodoviário, o percentual da frota com até cinco anos de idade foi de 44% e, para faixa entre seis e 10 anos o percentual foi de 31%, indicando que cerca de 75% dos veículos tinham no máximo 10 anos de idade. Cabe destacar que, conforme previsto na Resolução no 6.033/2023, somente serão admitidos veículos com até 15 anos de fabricação na prestação dos serviços regulares rodoviários. No serviço semiurbano, o perfil da frota indicou que 54% dos veículos tinham entre 11 e 15 anos de idade, enquanto cerca de 41,6% tinham até 10 anos.

Transportes Santa Maria
Ricardo Viveiros ﹠ Associados - RV&A

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