E a Caoa comprou a Chery
Caoa Montadora, instalada em Anápolis, Go, onde faz
carros e pequenos caminhões Hyundai, foi aceita pela chinesa Chery para a
compra de 50,7% de suas ações na Chery Brasil, dona de fábrica de automóveis,
fundição, centro de distribuição de peças. Os chineses comunistas pensavam em
fórmula para conviver com a má experiência capitalista no Brasil: implantaram
instalação industrial de primeira grandeza, mas não tem conseguido programar ou
executar programas de produção, pois o sindicato dos metalúrgicos no Vale do
Paraíba executa greves e paralisações constantes, interrompendo o fluxo
industrial, o fornecimento dos carros à rede revendedora. Sem saber lidar com o
problema, desistiram, anunciando a decisão de vender a operação Brasil, e sair
do mercado encolhido pela crise, acachapado por seus problemas internos.
Bom negócio. A fábrica tem 400
mil metros quadrados de área construída; capacidade de produzir de
50 mil unidades anuais, e o valor pedido, segundo gente do ramo, é inferior ao
custo. Aspectos importantes a considerar, para a CAOA compra abre novo patamar
para negócios; 1 – é desconhecida mas há data de vigência dos contratos de
produção dos Hyundai pela CAOA. Ter os chineses é garantia de, à data,
permanecer na atividade; 2 – dá-lhe condições de viabilizar construção de carro
próprio, antigo sonho de seu polêmico controlador, o empresário originalmente
médico Carlos Alberto de Oliveira Andrade, cujo acróstico batiza o grupo.
Início
Para trocar o pneu furado com a bicicleta andando,
gestão é do novo patrão. Não há definições sobre cortes de pessoal ou
sinergias, mas nestes dias de informática todos os serviços administrativos de
ambas as marcas tendem a se concentrar em apenas uma. Ante o fato de o
sindicato paulista agir como inimigo do patrão pode sinalizar cortes de pessoal
na Chery em Jacarei, SP, e transmissão de funções para a base CAOA.
Produtos
Nova empresa, de acordo com comunicado público,
chamar-se-á CAOA Chery, fundindo operações e instalações, com previstas
alterações industriais para harmonizar meios e produtos. Passos iniciais,
aparentemente para medir a temperatura do relacionamento com o sindicato
paulista, CAOA Chery desviará para Anápolis, GO, a produção de novos veículos
de origem chinesa, fazendo nestes a escolha decorrerá de acordo com a os
equipamentos industriais existentes na fábrica goiana, as oportunidades de
mercado, e evitar concorrência predatória de veículos de marcas diferentes
feitos sob o mesmo teto. Decisões com aplicação imediata, válidas para para
2018, um deles pode ser a substituição do utilitário esportivo Tiggo,
anteriormente previsto pelos chineses para ser produzido na Chery, pela
novidade mais recente da marca, o RUIHU 5x – que nome … -,
atualizado em estilo e conteúdo, com realce à conectividade. Emprega motor 1,5
turbo, e tração nas 4 rodas. Soma da capacidade produtiva de Anápolis, GO, 87
mil veículos/ano, e da Chery arranha as 140 mil/unidades anuais.
RUIHU 5x – nome de é automóvel ou fórmula homeopática?
Mostrada vem aí
Quer assustar o pessoal da Fiat? Pergunte sobre o
Mostrada. E o que seria o eventual produto correspondente a tal designação? Composição
irônica indica a soma de cabine do Mobi com a plataforma do bom picape Strada.
Na prática o negócio é a necessidade de criar novo
ciclo de vida para o bem vendido Strada, respeitados dois limites: conter o
preço para não escapar à competição no mercado; e não se aproximar dos valores
do Toro, maior picape da empresa, criador de novo segmento, de vendas e lucros
estelares.
Algumas formulas foram tentadas, protótipos
moldados, e concluiu-se por uma: usar a estrutura da cabine do modelo Mobi, até
a Coluna B, e adequá-la a parte de carga. Não se trata apenas de fazer soldas
juntando partes, e daí o arrepio do pessoal da Fiat ante a citação do nome: não
quer ver o Strada identificado como um picape da família Mobi.
Relativamente à
atualmente empregada, a cabine tem melhor administração de espaços, absorve
mecânica mais moderna, como a família 1400, e não será aplicada simploriamente.
Terá cara própria, mantidas estrutura e medidas, mas com identificação visual
diversa, para evitar tal associação – aparentemente para lamas, capô, grade,
grupo óptico frontal, grade, tudo será diferente, e tais formas motivarão mudar
a caçamba em medidas e no desenho das laterais. É o Projeto X6P - e chegará
rápido.
E o Cactus também
Nome espinhoso pode ser curioso – mas não será
impedimento às vendas no país onde rede hospitalar se chama D’Or -, e
descreve veículo muito interessante.
Limpo em estilo, grande superfície envidraçada,
carroceria sem vincos ou ângulos, primorosa administração de espaço interno, o
Cactus representa a volta da Citroën à sua corajosa linha de conceito estético.
Terá 2,60m como distância entre eixos, ótimo espaço em sua classe; bancos
largos inspirados em sofá, e controle de infodiversão e conectividade por tela
de 20 cm ao centro do painel.
Primeiros protótipos produzidos e em final de
testes. O automóvel a ilustrar a notícia foi fotografado em Itatiaia, RJ,
cidade ao lado de Porto Real, onde será feito. Lançamento primeiro semestre de
2018 já com a evolução exibida na segunda série, como mudança de grade frontal,
no grupo óptico. Mecânica variada, do motor 1,2 aspiração simples, ao 1,6
turbo.
Cactus
camuflado em Itatiaia, RJ. Foto: Margite Alvares
Toyota Prius lidera vendas de elétricos
Sem produção ou montagem locais, sem incentivo
oficial, Toyota está mudando o conceito e o mercado de híbridos elétricos: seu
Prius é o mais vendido – supera a soma de todos os demais concorrentes -,
assinalando média mensal de 300 vendas. Resultado surpreendente, explica Miguel
Fonseca Vice Presidente encarregado do projeto, está assentado em três pilares:
tornar o veículo conhecido; garantir assistência técnica superior; ter preço
competitivo.
Toyota começou o projeto com a série 3, logo substituída pela
atual, ao tempo em que treinava mecânicos para conhecer o produto com
profundidade, esforço para atingir todo o país, forma de tornar os
profissionais os primeiros divulgadores de sua superioridade; a disponibilidade
de unidades nas revendas, para ser testadas pelos clientes aguardando serviço
em produto da marca tem auxiliado a divulgar e vender.
Por si só o Prius é de
uso extremamente agradável, ao ser construído sobre plataforma própria,
aproveitando o espaço interno. Atrativos outros, como a larga garantia de 8
anos para os componentes do sistema híbrido, e a consciência do avanço da
eletrificação como caminho próximo da mobilidade auxilia fomentar vendas,
feitas a preço competitivo – em torno de R$ 130 mil.
A Toyota acredita nas condições
e capacidades brasileiras para desenvolver importante braço de tecnologia neste
período de abandono dos combustíveis fósseis pelos renováveis. Mesmo Fonseca
crê, houvesse uma linha de política de estado, o carro híbrido/elétrico, auto
carregável por motor flex ou a álcool, colocaria o país na vanguarda
tecnológica. Hoje, nas discussões para estabelecer nova política industrial
para automóveis, o Rota 2030, o tema da mudança de combustível vem sendo
tratado com distância, sem ser objetivo a ser atingido.
Não há incentivo para a importação, mas apenas
tratamento tributário diferenciado. Prius e outros híbridos elétricos recolhem
4% de imposto de importação, contra 35% dos demais importados, mas não há
incentivo no IPI relativamente aos veículos movidos por motores de combustão
interna.
Prius, líder entre os elétricos
Roda-a-Roda
Minguou – Renault
desistiu de vender seu sedã Fluence na rede de concessionários. Agora apenas
frotistas. Automóvel é muito bom em seu segmento, o melhor para Uber e
que-tais, porém marca nunca o fez competitivo.
Questão - Marca francesa padece do mesmo
problema da italiana Fiat: não sabe vender carros maiores e mais caros. Última
geração do Mégane feita em Curitiba e sua camioneta Grand Tour, os melhor
dotados do setor, nunca se impuseram.
Ocasião – Automóvel se expõe no Salão
do Automóvel. Correto? Talvez coerente, mas há exceções nestes tempos
vale tudo para promover marca e vendas. Isto explica Audi expor seu RS3 no
Salão Duas Rodas, para motocicletas.
Audi – Foi pré estréia, com vendas a iniciar
em dezembro. É o sedan A3, com tração nas 4 rodas,
poderoso motor de cinco cilindros, 2,5 litros de cilindrada e 400 cv, o mais
potente do mundo em sua cilindrada. Ficou exposto no stand Ducati, marca
pertencente à Audi.
Referência – Fonte de consulta sobre preço de
veículos, o Kelley Blue Book chegou ao Brasil. Difere-se das tabelas
convencionais por considerar mais informações para novos e usados, e trazer
classificação em três zonas de valor indicando se é bom negócio ou está cima do
preço de mercado. Nos EUA, onde existe há 90 anos, lidera em registro de
acessos/mês.
Fraternidade – Considerado o mais elegante dos
encontros de automóveis antigos, o Pebble Beach Concours d’Élegance,
realizado em Monterey, CA, acaba de doar US$ 1,7M a entidades pias de sua
região.
Institucional – BMW apoia restauração de avião
Junkers JU 52 de 1934, ora em processo de salvamento pela Força Aérea
Argentina. O alemão Junkers empregava motor aeronáutico BMW. Área de memória da
empresa auxilia colecionadores salvar seus produtos. Não há notícias deste apoio
aos restauradores de automóveis ou motos no Brasil.
Avião Junker, de 1934, motor BMW
Gente – Daniel Simonetti, jornalista
conhecedor de automóveis na Fiat, concretude. OOOO Deixou a empresa
e foi-se à MRV, construtora de edifícios. OOOO A cada vez se torna
mais difícil encontrar jornalistas apreciadores de automóveis para trabalhar
nas assessorias das marcas. OOOO Marco Greiffo, comunicólogo,
ascensão. OOOO Assessor de imprensa aos negócios da Volvo – exceto
automóveis. OOOO Antes fazia comunicação interna. OOOO Repõe
espaço aberto com saída de Milena Miziara. OOOO
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 50 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
Leia> Coisas de Agora.
Assista> TV Coisas de Agora.
* Roberto Nasser, edita@rnasser.com.br, é advogado especializado em indústria automobilística, atua em Brasília (DF) onde redige há ininterruptos 50 anos a coluna De Carro por Aí. Na Capital Federal dirige o Museu do Automóvel, dedicado à preservação da história da indústria automobilística brasileira.
Assista> TV Coisas de Agora.