“Como já era esperado, com o mês completo sob impacto da pandemia e da valorização do dólar em 37% no ano, fechamos abril com quedas drásticas tanto em unidades importadas como nacionais. O cenário de nosso setor, nos últimos dois meses, nos mostra que corremos sério risco de desestruturação total da rede de concessionárias. Por isso, no último dia 17 de abril, protocolamos junto à Secretaria Geral de Presidência da República ofício por meio do qual solicitamos medidas emergenciais em favor do setor, que teme paralisação total de suas atividades de comercialização de veículos novos e usados, de autopeças e também de prestação de serviços de pós-vendas, nos próximos meses, caso não vislumbre interferência imediata do Governo Federal”, declara João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa.
O pleito da entidade contempla medidas emergenciais como a redução da alíquota do imposto de importação, atualmente de 35% para 20% e redução também do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente sobre os veículos automotores importados, a fim de estimular o consumo, observando o princípio da isonomia, de forma que as alíquotas aplicáveis sejam as mesmas estabelecidas para os veículos de produção nacional.
Além disso, a entidade solicita disponibilidade, de forma rápida e acessível, de linha de crédito para o capital de giro, junto ao BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, das empresas importadoras, seus fornecedores de autopeças e suas redes de concessionárias e a suspensão, de no mínimo 120 dias, dos prazos de pagamentos de todos os tributos federais administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
Na avaliação de João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa, “as 15 marcas associadas à entidade são responsáveis por uma rede de concessionárias com 450 pontos de atendimento em todo o País, com geração de empregos da ordem de 17,5 mil postos de trabalho. Trata-se de um setor responsável pela complementariedade de produtos, pelo balizamento de preços de veículos automotores em relação aos demais mercados internacionais e por trazer ao País as principais tecnologias veiculares. Por esse princípio, o setor não pode desaparecer. Precisamos dessas medidas emergenciais. Com exceção da redução da alíquota do imposto de importação, que deve chegar a 20%, o equivalente à TEC - Tarifa Externa Comum do Mercosul, as demais medidas seriam por tempo determinado e isonômicas aos produtos aqui fabricados”.
Produção local
Entre as associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, CAOA Chery, Land Rover e Suzuki fecharam abril último com 704 unidades emplacadas, total que representou queda de 74,1% em relação a março de 2020, quando totalizaram 2.713 unidades, e também retração a abril de 2019, de 72,3% (2.546 unidades). No acumulado do primeiro quadrimestre do ano, a produção nacional das associadas à entidade significou baixa de 5%: 8.846 unidade emplacadas este ano contra 9.308 veículos em 2019.
Participações
Em abril último, ao considerar somente os veículos importados por associadas à entidade – total de 750 unidades -, o setor significou marketshare de apenas 1,4%. Com 1.454 unidades licenciadas (importados + produção nacional), a participação das associadas à Abeifa foi de 2,8% do mercado total de autos e comerciais leves (51.362 unidades).